Em Busca da Prosperidade SL 1
Este
salmo revela também o que vai acontecer no último dia. O Salmo termina de
forma clara revelando o dia do juízo, o último dia, quando o Senhor julgará a
todos. Vemos isso no livro de Malaquias quando os homens dizem a Deus: “Senhor,
de que nos interessa fazer a Tua vontade, porque aqueles que não Te temem estão
prosperando e os que se levantam contra Ti estão sendo vitoriosos nesta vida;
de que me adiantou Senhor?”. Deus, então, responde dizendo: “Eu farei um memorial naquele dia e mais uma
vez vocês saberão a diferença entre aqueles que me amam e os que não me amam;
entre os que me temem e os que não me temem” (Ml 3:13-18). Haverá um dia
em que Deus fará esta demonstração de forma clara; um dia quando o Senhor
revelar os que são seus, os que lhe obedecem e os que não obedecem; os que O
temem e os que não temem ao Senhor.
A
prosperidade desta vida, o ter nesta vida, em hipótese, alguma é parâmetro
para anunciar a bênção de Deus. Este não é o parâmetro.
Olhando para este salmo, em uma perspectiva
geral, encontramos todas estas verdades. Mas devemos adentrar ao salmo olhando
cada parte dele com o propósito de compreender estas verdades.
I - A verdadeira felicidade produzirá
verdadeira prosperidade; em contraste, a falsa felicidade produzirá falsa
prosperidade. (v. 1).
1. Este primeiro
versículo nos apresenta três ideias. Vemos três verbos que são centrais.
(a) “Não anda”;
(b) “Não
se detém ou não para”. Literalmente o autor está
dizendo: “não para no caminho dos pecadores”;
(c) “Não
se assenta”. Estes três
verbos, de modo progressivo, nos mostram exatamente o processo degenerativo
daqueles que andam segundo o curso deste mundo, segundo os valores do mundo.
Aqueles que
(1) dão ouvidos aos conselhos dos
ímpios em pouco tempo irão
(2) parar no
caminho dos pecadores; e
(3) em pouco
tempo irão se assentar na roda dos escarnecedores.
O processo degenerativo vai se
manifestar em cada ato e em cada momento da vida. Vemos isso quando o salmista
diz: “Não anda... não se detém...,
não se assenta...”. Assim o salmista mostra claramente que estes
três verbos revelam o processo degenerativo daqueles que dão ouvidos aos
conselhos dos ímpios, daqueles que não amam a Deus.
Lembre-se que o texto fala do conselho dos ímpios;
da vontade do coração do homem; da carne; dos pensamentos daqueles que não amam
ao Senhor; daqueles que dão conselhos para a morte. Logo a seguir, os que
param para ouvir estes conselhos, em pouco tempo, vão parar no caminho destes
pecadores; em pouco tempo estarão assentados no mesmo lugar em que eles estão
assentados e fazendo o que eles fazem: escarnecendo e se opondo contra Deus,
contra tudo que se relaciona com a vontade do Senhor. Tudo porque começaram a
andar segundo o coração corrompido.
2. O
salmista começa dizendo que a felicidade está ligada ao não fazer estas
coisas – “Bem aventurado o homem que
não...” (v. 1). E o versículo que vai se contrapor a esta verdade
podemos encontrar na adversativa do v. 2: “Antes, o seu prazer está na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e
de noite”. Vemos que este versículo vai se contrapor a tudo que foi
dito antes: “Andar no conselho dos ímpios...se deter,
parar no caminho dos pecadores...; se assentar no meio dos
escarnecedores”. Esta não deve ser nossa prática, mas devemos ouvir, diz
a Palavra de Deus, que nosso prazer está na Lei do Senhor e que temos de
meditar nesta Lei dia e noite. O prazer do crente está em obedecer às
Escrituras Sagradas e nunca dar ouvidos às práticas de homens ímpios que vivem
praticando o que é contrário a vontade de Deus.
Em nossa
vida, estamos sujeitos a seguir caminhos e ouvir conselhos de pessoas que nos
dizem o que é o melhor ou o que é pior. Mas se não forem conselhos pautados na
Palavra de Deus sempre nos levarão a destruição. O salmista diz que eles
perecerão!
Aqueles
que andam segundo o caminho dos ímpios precisam entender o nome do Senhor Jesus
Cristo revelado no Velho Testamento: “Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is. 9:6).
“Maravilhoso Conselheiro”.
A Palavra de Deus que nos revela Jesus Cristo, este Conselheiro Maravilhoso, pela obra do Espírito Santo, nos
conduzirá ao entendimento de que aqueles que são felizes são exatamente os que
se anulam, que mortificam o desejo do seu próprio coração, da sua carne, para
obedecer unicamente ao Senhor e andar segundo Sua Lei.
É
interessante observar que esta introdução é a introdução da vida de muitos
homens de Deus no Antigo Testamento. Vejamos apenas um caso. Quando Deus chama
Josué para ser o líder que vai substituir a Moisés, lhe diz (Josué 1:7-8): “Tão somente sê forte e mui corajoso para
teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou;
dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem
sucedido por onde quer que andares. Não cesses de falar deste livro da lei;
antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo
tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho
e serás bem sucedido” (Levar o povo à Terra Prometida). Estas palavras
lembram muito o Salmo 1. Vejamos que esta “prosperidade” de Josué, esse sucesso de Josué (“... farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido”),
não está restrita ao aspecto da prosperidade deste mundo, mas ao sucesso de
levar a termo a vontade de Deus; de conduzir o povo à Terra Prometida segundo a
vontade de Deus. Se fizermos o que é a vontade do Senhor andaremos seguros nos
caminhos de Deus, porque esta é a vereda que nos conduz à verdade; é a Lei do
Senhor, é a Palavra do Senhor.
Quando
andamos conforme o conselho dos homens que não temem a Deus nós, rapidamente
sucumbiremos e nos assentaremos na roda daqueles que praticam pecados contra
Deus; que escarnecem do Seu glorioso nome e que se levantam contra Ele. Vejamos
que a questão está aqui posta se contrapondo uma à outra. Uma verdade é seguir
o conselho dos ímpios, a outra é andar segundo a vontade do Senhor revelada na
Sua Palavra. Não é seguir segundo experiências pessoais subjetivas, mas segundo
o que está revelado nas Escrituras. Ela é suficiente.
A prática
de andar segundo os ímpios nos mostra o resultado na última palavra do salmo: “perecerá”. Os que andam segundo
esta prática perecerão. O salmo termina com a afirmação de que os ímpios
“perecerão”, mostrando a conclusão clara, uma inclusão entre o primeiro
versículo e o último. Os que andarem segundo o conselho dos ímpios perecerão! Mas o v. 2 nos afirma
que andar segundo a Lei de Deus é o prazer dos que são felizes, dos que são bem
aventurados e, consequentemente, dos que têm a verdadeira prosperidade e a
verdadeira vitória.
Como isto
se manifestará? O salmista usa algumas metáforas que chamam de forma especial
a nossa atenção. Não é simplesmente uma metáfora, mas uma símile, porque há um
comparativo no v. 3: “Ele é como árvore plantada junto a corrente de
águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha”.
“Ele” quem? Aquele homem
que não anda segundo o conselho dos ímpios, mas anda segundo a Lei do Senhor;
e termina o v. dizendo: “...e tudo
quanto ele faz será bem sucedido” (Jr
17:5-9).
O salmista coloca na perspectiva da
obediência à Lei do Senhor e o profeta Jeremias coloca na perspectiva de
confiar em Deus. Uns confiam em homens, outros em Deus. Maldito o homem que põe
sua confiança no homem. O salmista diz: “Bem
aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”. O
profeta diz: “Maldito o homem que
confia no homem”. O que diz o salmista? O salmista diz: “Bem aventurado
(feliz) é aquele que obedece a Lei do Senhor; que faz a vontade do Senhor”. O
profeta Jeremias diz: “Bem aventurado o homem que confia no Senhor; que tem a
esperança no Senhor; que não põe sua esperança em outrem, mas no Senhor dos
exércitos, o Deus todo poderoso!!”. E fazem a mesma comparação com uma árvore
plantada junto a ribeiros de águas. Vejamos que aqui o texto coloca claramente
que haverá sequidão, calor, tempo de estiagem. Ele não diz que os que estão
plantados na Lei, que fazem o que Deus quer, não passarão por estas coisas, que
não sofrerão calor, que não passarão por sequidão, mas, porque as sua raízes
estão dentro da Lei de Deus, porque estão colocadas na Palavra do Senhor, ou
seja, suas raízes estão postas em águas perenes que não param de jorrar,
continuarão dando fruto apesar da sequidão, da angústia e do sofrimento,
porque a Lei do Senhor assim o fará.
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