Em
Busca do Sucesso
Primeiro,
percebemos que muitos salmos que foram escritos o foram na perspectiva da
angústia do justo em relação à prosperidade dos ímpios. O salmo 73 retrata esta
“crise” quando o salmista diz: “Quanto
a mim, porém quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem
os meus passos...ao ver a prosperidade dos perversos” (Sl 73:2-3). Nos
salmos vemos a angústia do justo em fazer a vontade de Deus, em andar segundo o
caminho de Deus, porém, apesar disso não tem prosperidade nesta vida, não tem
o que os ímpios têm. Mas, por não praticar o que os perversos praticam,
obviamente este justo anseia por uma prosperidade maior, superior. E o Salmo 1
vai dizer que aquele que é justo (v. 3) será bem sucedido em tudo que fizer. “Tudo quanto ele faz será bem sucedido”.
Este conceito de prosperidade que é colocado aqui na ideia de uma árvore cheia
de frutos que nunca murcha; não está inserida em uma perspectiva humana,
terrena; isso porque nos outros salmos veremos a angústia do próprio salmista
ao dizer: “Os ímpios que não temem e nem amam ao Senhor, prosperam, ganham vencem,
enquanto eu, Senhor, que procuro fazer a tua vontade, estou passando por todo
este sofrimento”.
Este
salmo foi colocado aqui no início porque ele resume a ansiedade e a angústia
daqueles que temem a Deus e fazem a vontade do Senhor, mas estão diante daqueles que não temem a Deus e prosperam, não temem a Deus mas têm saúde, têm vida
abundante e aparentemente estão muito bem, enquanto que os justos estão
padecendo. O salmista diz com toda clareza que aquele que teme ao Senhor
prosperará, será bem sucedido, enquanto aquele que não teme a Deus não
prosperará. O salmista coloca isto em relação aos aspectos da vida no momento
presente. O conceito de prosperidade aqui é outro até que o salmista chega no
final do salmo e resume tudo dizendo que haverá um dia de juízo em que aqueles
que prevaleceram nesta vida, que ganharam, que satisfizeram a carne e
aparentemente foram felizes; que andaram segundo a carne e os prazeres mundanos
que fizeram a vontade do coração e da mente, serão julgados e perecerão. Nos
seus caminhos perecerão mas quanto aos que temem ao Senhor, o texto diz que
os “conhece”: “O Senhor conhece o caminho dos justos...”
(v. 6). O Senhor escolheu este caminho para os justos, o seu modo de viver; O
Senhor escolheu Seu povo para Si e a Ele pertencem pactualmente.
Perceba
que o Salmo a partir daqui se resume exatamente naquilo que vai ser
desenvolvido em todos os Salmos e a ênfase principal desta prosperidade apresentada (“será bem sucedido”) está na obediência à Lei do Senhor. Está em uma religião
que não é forjada, realizada ou praticada nos desejos do coração do homem, mas
numa religião que é forjada e praticada na obediência à Lei de Deus; em uma
religião que não procede do coração, mas numa religião que procede da revelação escrita da Palavra de Deus; numa religião que não procede dos desejos da carne,
mas procede do desejo do Deus Santo e verdadeiro que escreveu a Sua Palavra com
o propósito de que Seu povo caminhasse em obediência a esta Palavra Santa.
Esta
felicidade, esta prosperidade e esta eternidade estão diretamente ligadas à
obediência à Palavra de Deus e à Sua Lei.
O salmo,
de modo claro e objetivo, resume tudo aquilo que vai ser tratado em todos os
demais salmos: a crise do ter, do possuir, do enriquecer nesta vida sendo ímpio
a crise de poder entender que aqueles que amam a Lei de Deus nem sempre
prosperarão segundo os padrões deste mundo, mas sempre prosperarão os que viverem segundo os padrões que Deus estabeleceu.
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