A SUFICIÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO (I) JO 16:7
Objetivo.
Mostrar ao aluno que a presença do Espírito Santo em
nós é o certeza da nossa conversão e a
garantia do nosso crescimento espiritual.
Introdução.
"Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o
consolador não virá para vós
outros; se, porém, eu for, eu vô-lo enviarei" (Jo 16.7). Três fatos se
acham envolvidos nesta declaração do Senhor:
1.
A vinda do
Espírito Santo a que ele se referia não se podia realizar senão depois que Cristo voltasse para o céu.
2.
Essa vinda especial do Espírito Santo estava a
depender, não das súplicas dos discípulos,
mas de Cristo mesmo o enviar, como prometera.
3.
Essa vinda
especial do Espírito Santo seria mais
conveniente aos discípulos do que a perpetuidade da presença corporal de Jesus na terra. Além de tudo
isso, essa vinda do Espírito Santo ia ter para os crentes uma quádrupla
significação que se verifica pela Escritura.
I - O ESPIRITO SANTO PARA O CRENTE
Segundo a Bíblia o Espírito Santo passou a ser para os crentes um selo, um penhor, uma unção e
um batismo.
1.
Um Selo
três são as passagens que falam do Espírito Santo como um selo para o crente: 2 Co 1.21-22; Ef 1.13; 4.30.
Um
selo é u'a marca ou carimbo, gravado em
alguma coisa para autenticá-la e
confirmá-la. As cartas que eram seladas com sinete do rei tinham o
cunho de sua autoridade (l Rs 21.8; Et
8.8-10); e a Palavra de Deus diz aos
crentes: "vós sois carta de Cristo" (2 Co 3.3). Havendo-nos comprado com o seu precioso
sangue, o Senhor nos selou com a presença do seu Santo Espírito como
confirmação e garantia de que lhe
pertencemos.
Os
efésios, como também os coríntios e, por certo, todos os crentes, tinham o selo, que era o Espírito Santo da promessa - estavam de
posse daquilo que fora prometido. Convém, pois indagar: como e quando obtiveram?
A
Condição: Crer "Havendo crido,
fostes selados". Paulo não diz: Havendo pedido, rogado, jejuado, tido
vertigens e êxtases (...) mas,
simplesmente, havendo crido nele, fostes selados. Crer no Senhor Jesus foi
de Paulo receber o
selo do Espírito Santo, que era a realização da promessa, e certamente
ainda é a condição única para o povo de
nossos dias.
O Tempo
O
momento de crer. "Havendo crido, fostes
selados". É o mesmo que dizer: quando crestes, fostes selados. São atos consecutivos e imediatos, como aconteceu
de um modo sensível em casa de
Cornélio (At 11.15-18). Nada há, quer no texto, quer no conjunto dos exemplos bíblicos, que faça supor um intervalo de tempo entre o ato de crer da partedo homem e o ato de selar da parte do Senhor.
Cornélio (At 11.15-18). Nada há, quer no texto, quer no conjunto dos exemplos bíblicos, que faça supor um intervalo de tempo entre o ato de crer da partedo homem e o ato de selar da parte do Senhor.
A Amplitude
Se
o crer é a única condição imposta por Deus
para que uma pessoa seja selada com o Espírito Santo da Promessa e se Paulo
podia dizer aos crentes de seus dias: "havendo crido, fostes selados",
então podemos ter a certeza de que assim procede o Senhor para com todos os que, desde então, têm crido em Jesus
Cristo como seu único Salvador.
Um Penhor
São também três as
passagens que falam do Espírito Santo como penhor, sendo duas delas ligadas à
ideia do selo, que acabamos de considerar: 2
Co 1.22; 5.5; Ef 1.13-14.
Nas
duas primeiras passagens encontramos a expressão - "O penhor do Espírito". A terceira nos explica
que o próprio Espírito é que é o
penhor.
Penhor é a garantia do cumprimento de um
contrato, e é dado antecipadamente, desde o momento em que o contrato se faz
até a realização da obrigação nele contraída. No contrato ou aliança que Deus
faz conosco pelo Evangelho, Ele nos aceita como seus filhos e seus herdeiros,
obriga-se a nos dar uma herança gloriosa e dá-nos, desde logo, o penhor dessa
herança, que é o Espírito Santo posto em nossos corações (l
sagrado ao serviço especial de oráculos de
Deus no meio de Israel. Rei: l Sm 16.13. (Ed. Rev e Corrigida de Almeida). "Ungiu-o (...) e desde
aquele dia o Espírito do Senhor se apossou de Davi", para o exercício das
funções de rei na teocracia israelita.
O antítipo de todos
estes ofícios, como sabem quantos estudam as Escrituras, é duplo. Primeiro, e
supremamente, todos têm a sua realização na pessoa bendita do Senhor Jesus
Cristo. Ele é o ungido (Messias ou Cristo) de Deus, por excelência, o profeta,
o sumo sacerdote e o rei (Lc 4.18; At 10.38; Hb 1.9).
Em segundo lugar, embora
em sentido inferior e relativo, o crente é chamado ao exercício dessas mesmas
funções. É profeta como testemunha de Jesus no mundo, e o é pelo poder do
Espírito Santo. "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito
Santo, e sereis minhas testemunhas" (At 1.8). E, uma vez cumprida a
promessa, João escreve: "Vós tendes a unção do Santo, e sabeis
tudo".... "E a unção que recebestes dele permanece em vós... e a sua
unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira" (l Jo
2.20 e 27). E Paulo corrobora: "e o que nos confirma convosco em Cristo,
e o que nos ungiu, é Deus". (2 Co 1.21).
A unção conforme esta
última passagem, já se efetuou no crente; segundo as outras duas, o crente já
a tem e ela permanece nele. E é em virtude dessa unção que somos habilitados a
compreender as verdades relevadas nas Santas Escrituras para podermos testificar
de Jesus, (l Co 2.14-16).
E também em virtude da
mesma unção que podemos exercer, de modo aceitável e eficazmente, o nosso
sacerdócio Jd 20; Rm 8.26; Jo 4.23.
Por certo, as nossas funções de reis,
Segundo a linguagem das
únicas três passagens que nos falam do assunto no N.T., o penhor já nos foi
dado e está conosco. As duas passagens aos coríntios (2 Co 1.22 e 5.5) dizem
expressamente que Deus nos deu esse penhor e este é o Espírito Santo com que fomos
selados quando cremos (Ef 1.13-14). Por conseguinte, todo o verdadeiro crente
tem em si o Espírito Santo como penhor de sua herança (Rm 8 12-17).
A Continuidade
A preposição "para" na expressão: "para
a redenção da possessão" (Ef 1.14), é a tradução da preposição grega
"eis", que pode neste caso ter um de dois sentidos: ou de tempos,
devendo ser traduzida até(d. Mt 10.22; 13.30; At 4.3; Fp 1:10) ou de propósito
ou intuito, caso em que a tradução"para"está exata. Ora se penhor é
para o fim ou intuito de remir a posse da herança, não nos pode ser tirado
enquanto a herança não for entregue; e se foi dado até o tempo da redenção da
herança, também está garantida sua permanência conosco. Seja qual for o
sentido de "eis" e sua consequente tradução em vernáculo a conclusão
é necessariamente a mesma: o Espírito Santo, tal como Jesus o prometera nos
evangelhos e o enviou no dia de pentecostes, reside permanentemente em todos os
verdadeiros crentes em Jesus, como selo e como penhor.
Uma Unção
O óleo ou azeite sempre foi usado no
cerimonial judaico como símbolo do Espírito Santo; mas os casos mais notáveis
são aqueles em que indivíduos eram separados e consagrados para certas funções
sagradas: sarcedote. Lv 8.12. "Ungiu-o para o santificar" isto é,
para o separar e consagrar às funções sacerdotais, para o serviço do santuário
e do altar.
Profeta: l Rs 19.16. "A Eliseu (...) com
que fomos ungidos.
Conclusão.
Antes de partir do mundo
para o Pai, Jesus prometeu a seus tristes e apreensivos discípulos: "eu
rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja para
sempre convosco, o Espírito da verdade". (Jo 14.16). O cumprimento desta
promessa realizada no dia de Pentecostes transferiu, por sua vez, a residência
do Espírito Santo do céu para ocoração do crente. Hoje não é no céu que ele
habita, se bem que lá também esteja por sua onipresença, pela qual está em toda parte. Onde é que habita Ele? "Não
sabeis que sois o santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em
vós?" (l Co 3.16). Assim é que Ele está aqui com a esposa, a Igreja, enquanto o esposo, que é Cristo, está ausente
no céu, e toma parte nos desejos da esposa para que volte logo o noivo: "o
Espírito e a esposa dizem: vem" (Ap
22.17).
Resumindo,
o Espírito Santo, terceira pessoa da
trindade, foi enviado pelo Pai, a pedido do Filho, para ficar para sempre com os crentes na terra, de modo que só voltará para o céu levando consigo a
Igreja do Senhor.
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