quinta-feira, 20 de junho de 2013

O CAMINHO DOS JUSTOS


O Caminho dos Justos
O salmo continua dizendo no v. 5: “... nem os pecadores na congregação dos justos”. O que nos chama atenção aqui é a palavra “congregação”; ela vem de uma raiz que significa “testemunha”; não significa simplesmente uma reunião de pessoas, porém significa a reunião da­queles que são verdadeiras testemunhas do Senhor. Isto é, daqueles que obedecem a Lei de Deus, que andam de conformidade com a vontade do Senhor; daqueles que não andam segundo o conselho dos ímpios, que não se detém no caminho dos pecadores, nem se assentam na roda dos escarnecedores; mas são aqueles que tes­temunham do Senhor. Não somos testemunhas de nós mesmos. Eu sei que muitos gostam de contar seus teste­munhos, mas a Bíblia diz que devemos ser testemunhas, não de nós mesmos, mas de Cristo (Atos 1:8); a nossa pre­gação deve ser um testemunho de Cristo — pregar Cristo e este crucificado. Sobre esta CONGREGAÇÃO, sobre este grupo de testemunhas, os ímpios não vão prevalecer.
Aqui o Salmista, de forma clara e objetiva, vai concluir o texto fazendo a separação entre um e outro, quando diz: “O Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá” (v.6).
Nós sabemos o que significa “perecer”. Significa que aqueles que andaram segundo o caminho da sua pró­pria vontade e não segundo a vontade de Deus e que viveram para satisfazer a sua carne, seu coração e seus desejos, estes perecerão no último dia – serão condena­dos ao sofrimento eterno, separados do Senhor. Este é o caminho dos ímpios que os leva a perecer.
Porém, o caminho dos justos o Senhor conhece. Mas que conhecimento é este? Porque a ideia parece ser de que Deus conhece algumas coisas e não conhece ou­tras. Ou seja, conhece o caminho de uns e não de ou­tros. Mas o conhecimento aqui vai muito além do que simplesmente saber de alguma coisa. “Conhecer” aqui significa uma relação íntima, profunda, a ponto de significar aqueles que Deus amou com amor eterno e os escolheu para serem Seus (Amós 3:2).
Esta palavra, “escolhi”, usada aqui nesta versão é a mes­ma palavra usada para “conheci”, em outras versões. É o mesmo verbo, a mesma raiz. Literalmente seria: “De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos conheci”. Há momentos em que a palavra conhecer é sinônimo de escolher. Por isso o tradutor faz o que é óbvio. Porque o que o salmista faz aqui quando afirma “De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos conheci”, ele o faz no sentido de que conhecer significa: “somente com vocês eu me relacionei pactualmente; somente a vocês eu me revelei; eu escolhi somente a vocês!”. A mesma verdade encontramos no livro do profeta Je­remias 1:5.
“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações”.
Não haveria nenhum problema se a tradução aqui fos­se: “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te escolhi”. Não há dúvida quanto a isso. Então, quando o salmista diz que “O Senhor conhece o caminho dos jus­tos...”, está dizendo que este conhecer vai muito além da simples ideia de saber de algo, mas nos leva à ideia de escolher em amor.
Vamos ver esta verdade não somente no Velho Testa­mento, mas também no Novo Testamento. Em Mateus 7:21-23, Jesus fala da mesma verdade com uma profun­didade que nos choca, nos impressiona:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! En­trará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”.
Vejamos logo de início a relação com a obediência à Lei do Senhor.
“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetiza­do em teu nome, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicita­mente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.
 Vejamos que aqui, a palavra “conheci”, não deve nos trazer a ideia de que Jesus não conhecia, ou não sa­bia quem eles eram, mas nos traz a ideia de que Jesus afirmou claramente: “Vocês não são meus escolhidos; porque se fossem meus escolhidos fariam a minha von­tade e não apenas diriam “Senhor, Senhor”, mas obede­ceriam a minha vontade; fariam o que está escrito na minha Palavra; amariam a minha Lei. Vocês me cha­mam de Senhor, mas não fazem o que vos mando, não fazem minha vontade; Eu não conheço vocês, não sei quem são vocês, nunca vos ESCOLHI!”. “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.
Alguém poderia argumentar de que o v. 6 não está di­zendo que o Senhor conhece os justos, mas conhece o caminho dos justos. A isto respondemos acrescentan­do que Deus não apenas escolheu um povo para Si, mas também escolheu o caminho pelo qual este povo deve­ria andar. Deus não apenas escolheu a você e a mim, mas nos disse como deveríamos nos conduzir: Segundo a Sua Lei, a Sua vontade revelada nas Escrituras e sem acréscimos e diminuições. Não segundo o conselho do mundo, não segundo os padrões do mundo, não segun­do o nosso próprio coração, mas segundo a Lei do Se­nhor revelada na Sua Palavra.
O Senhor conhece o caminho do Seu povo porque Ele escolheu para este povo o caminho que ele deve andar.
Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). Abando­ne os seus próprios caminhos, volte-se para a Palavra do Senhor, abandone os desejos do seu coração que é enganoso e corrupto e obedeça ao Senhor e viva a Sua Palavra. Aqueles que fazem assim prevalecerão, se le­vantarão no dia do juízo e receberão as boas vindas do Juiz e a herança prometida, o reino eterno; mas os que não fizerem isso, não se levantarão, serão apartados para o sofrimento eterno.
O Senhor conhece o caminho daqueles que só Ele esco­lheu, mas aqueles que andam segundo seus próprios caminhos perecerão; serão condenados para sempre e viverão eternamente distantes da presença de Deus so­frendo os terrores do inferno que merecem.
O Senhor nos conceda a graça de podermos, como cren­tes no Senhor Jesus Cristo, obedecermos a Sua Lei, a Sua Palavra, abandonando a obediência e os desejos do nosso coração, sempre lembrando que nosso coração é incorrigível, corrupto; não é ele que forma a nossa re­ligião, a nossa prática de vida, mas a Palavra revelada do Senhor Deus.
Abandonemos tudo que não está de acordo com a Lei de Deus e nos voltemos para Ele que é rico em perdoar e pratiquemos a Sua vontade santa. Isso o Senhor re­quer de nós, requer do Seu povo, povo da aliança e por quem deu Sua vida naquela cruz maldita para fazer­-nos um povo separado para Si mesmo, um povo exclu­sivamente seu, zeloso de boas obras (Tito 2:14).

Amém.



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