quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A SUFICIÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS


A SUFICIÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS
Salmos 19.7-14

Introdução.
É cada vez maior o número de pas­tores que exercem as funções eclesiás­ticas juntamente com o exercício da psi­canálise. Para alguns, ela é apenas mais um subsídio no trabalho de aconselha­mento. Outros, porém, fazem da teoria psicanalítica uma fonte extra de rendimento, fazendo atendimento entre seu rebanho. Para o psicólogo evangélico Ageu Lisboa, o interesse dos pastores pêlos cursos de psicanálise é sinal de crise pastoral. A insatisfação pessoal dos pastores com sua identidade é a causa apontada por Uriel Heckert, pela busca dessa nova atividade púlpito-divã.
A substituição do aconselhamento bíblico por terapias e teorias, essencial­mente humanísticas, ameaçam a vida da igreja hoje. "Talvez não haja ameaça mais séria à vida da igreja hoje do que a debandada para abraçar as doutrinas da psicologia secular. Elas são um emara­nhado de ideias humanas que Satanás colocou dentro da Igreja, como se fos­sem poderosas verdades de Deus e transformadoras de vida" (John F. MacArthurJr.).
O Salmo 19 é uma declaração divina da suficiência da sua palavra, para to­das as necessidades da alma humana. Nos seis primeiros versículos, é apresen­tada a revelação natural de Deus. O tem­po e o espaço proclamam a existência de uma Causa Primeira. Embora não haja voz audível nem mensagem escri­ta, a criação proclama a existência de Deus (Rm 1.20). Entretanto, a despeito dessa grande proclamação, os homens confundem e rejeitam a revelação de Deus (Rm 1. 21-23). Nos versículos de 7-14, temos a revelação escrita que é perfeita e converte a alma humana. Aqui­lo que a revelação natural apenas pro­mete, a revelação escrita realiza.
A PALAVRA ESCRITA DO SE­NHOR. 7-9,


1.     O que ela é
·          lei
·          testemunho
·          preceito
·          mandamento
·          temor
·          Juízo
·          perfeita
·          fiel
·          reta
·          pura
·          límpida
·          verdadeira
2.     0 QUE ELA  FAZ
·          restaura
·          dá sabedoria
·          alegra
·           ilumina
·          permanece
·          justifica

O TEMOR DO SENHOR É LÍMPIDO E  PERMANECE PARA SEMPRE"
Davi usa a palavra "temor" como si­nónimo para a Escritura. O proprósito da Escritura é aplicar a vontade de Deus ao ouvinte, suscitando a reverência. "Temor" fala da admiração reverente a Deus que nos compele a adorá-lo. Portanto a Es­critura é o nosso manual de adoração.
O adjetivo "límpido"fala da ausência de impureza, sujeira ou contaminação. A Escritura é perfeita e inalterável. "Pas­sará o céu e a terra, porém as minhas Palavras não passarão" (Mc 13. 31). A Palavra de Deus não envelhece e não se desatualiza. Ela é eternamente relevan­te. Achamos que o homem pós-moder-no é diferente. Grande tolice! Ele é exa-tamente o que sempre foi, desde que caiu, e sempre tem que enfrentar os mesmos problemas. Hoje, mais do que nunca, o homem precisa da Palavra de Deus.
"OS JUÍZOS DO SENHOR SÃO VERDADEIROS E TODOS IGUAL­MENTE JUSTOS"
"Juízos" são as decisões judiciais que Ele registrou com respeito a várias situ­ações humanas. Nesse contexto, signifi­cam ordenanças ou vereditos divinos que procedem do trono do Supremo Juiz. A Bíblia é o padrão divino para julgar a vida e o destino eterno dos homens (SI 98.9).
"Verdadeiros", literalmente "verdade" no sentido de confiabilidade. "Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade" (SI 25.10). Verdade em con­traste com a falsidade, a mentira e o engano. À parte da Palavra de Deus não existe a verdade (Jo 8.43-47). Que gran­de privilégio é possuir a Palavra da Ver­dade!

"O MANDAMENTO DO SE­NHOR É PURO E ILUMINA OS OLHOS"
O substantivo "mandamento" (mitsua) mostra a maneira autoritativa como Deus se dirige a nós. A Bíblia não é um livro de sugestões. São ordens divinas que devem ser obedecidas. São princípios obrigatórios. O adjetivo "puro" mostra a clareza e a lucidez da palavra. "As pala­vras do Senhor são palavras puras, pra­ta refinada em cadinho de barro, depu­rada sete vezes" (SI 12.6). A Bíblia não é um livro confuso ou enigmático, mas revelador ou esclarecedor. "Ilumina os olhos", ou seja, traz entendimento em meio à ignorância espiritual. Ela está em forte contraste com a sabedoria huma­na (l Co 1.20).
e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igual­mente, justos."

"O TESTEMUNHO DO SE­NHOR É FIEL E DÁ SABEDORIA AOS SÍMPLICES
Testemunho, fala da Palavra como um depoimento divino. É a verda­de atestada pelo próprio Deus: "se ad­mitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior" (l Jo 5.9). É também um termo para a sua decla­ração pactuai: "E porás na arca o teste­munho, que eu te darei" (Êx 25.16). "Rei" significa aquilo que é firme e comprova­do. O testemunho de Deus é inabalável, irremovível, inconfundível e digno de con­fiança. Podemos edificar a nossa vida sobre o fundamento sólido da palavra de Deus (Mt 7.24-25).
A fiel Palavra de Deus transforma o símplice em sábio. O "símplice" é aquela pessoa ingénua, ignorante e influen-ciável, que ao receber a influência da Escritura se torna sábia. "E que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2 Tm 3.15). A sabedoria produzida pela Escritura con­traria a "sabedoria dos homens", que, na realidade é loucura (l Co 1.20).
"OS PRECEITOS DO SENHOR SÃO RETOS, E ALEGRAM O CORA­ÇÃO"

1. "A LEI DO SENHOR E PERFEI­TA E RESTAURA A ALMA"
O substantivo "lei"(Torah) compreen­de a vontade de Deus revelada. Signifi­ca, na verdade, "instrução revelada". Aqui, Davi a usa para se referir às Escri­turas como a totalidade do que Deus re­velou para nossa instrução. "Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuida­do de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido" (Js 1.8).
O adjetivo "perfeita" é tradução do hebraico "tamim" e descreve a absoluta perfeição: "o caminho de Deus é perfei­to" (SI 18.30). E "a perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). Transmite a ideia de algo amplo, que cobre todos os aspec­tos de uma questão. A Palavra de Deus de nada precisa para ser completa. Tudo que é essencial para o homem saber pode ser encontrado na Palavra de Deus.
O verbo "restaurar" indica o que a palavra faz em benefício do homem. Ela "converte", "refresca" e "transforma" a pessoa em sua totalidade. É a mesma expressão usada pelo salmista: "O Se­nhor é o meu pastor; nada me faltará... refrigera-me a alma" (SI 23.3).
Em suma, a Palavra de Deus é sufici­ente para restaurar a vida mais desgra­çada, trazendo refrigério espiritual.

“totalmente justa”. A verdade promove a justiça. Na frase "igualmente justos", o advérbio significa literalmente "juntos", isto é, todos da mesma forma, "justos cada um". "As tuas Palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sem­pre" (SI 119.160).

Conclusão.
A suficiência da Palavra de Deus ba­seia-se no fato de ser ela "do Senhor". Cada característica descrita pelo salmista inclui a expressão "do Senhor". Ela pro­cede de "Yaweh", o Deus da Aliança (Ex
3.13-15). Não há substitutos para a Es­critura, no que tange ao atendimento das necessidades da alma humana. Ela pro­vêm do próprio Deus. "Toda a Escritura é inspirada por Deus", declara Paulo.

Nenhum comentário: