O EVANGELHO, A VERDADEIRA
BÊNÇÃO DE DEUS PARA O HOMEM.
NÃO TENHO DO QUE SE ENVERGONHAR Rm 1:15,16.
Introdução.
As
filosofias, religiões e culturas humanas não podem conseguir a salvação da
alma. Nestes versículos Paulo afirma que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação.
Mas o Evangelho de Cristo salva a quem? «todo aquele que crê», e Paulo se
regozija nisso. A Ponto de não ter vergonha do Evangelho!
TRANSIÇÃO.
No
Evangelho se revela a justiça de Deus; pela morte de Cristo, Deus pode
justificar ao pecador arrependido, e esta justificação lhe vem pela fé.
Mas por que alguém envergonhar-se-ia do evangelho?
Parece-me uma questão muito
importante. E eu estou bem disposto a asseverar
que se você nunca experimentou essa tentação particular,
provavelmente isso se deve ao fato, não de você ser um cristão excepcionalmente bom, mas que nunca
você teve um claro entendimento da
mensagem cristã.
O que tende a levar o cristão a envergonhar-se do evangelho é o fato de que o mundo sempre o ridiculariza
e o considera uma loucura completa. Isso aconteceu verdadeiramente nos
primeiros tempos da Igreja. Escrevendo
aos coríntios, Paulo diz claramente que este evangelho era "escândalo para os judeus, e
loucura para os gregos". Eles
abominavam-no completamente. Os fariseus o odiavam no Senhor Jesus Cristo, e
os judeus em geral o odiavam nos apóstolos. Os gregos também o odiavam da mesma
maneira. O mundo sempre ridicularizou
o evangelho, e, por natureza, o homem não
gosta de ser ridicularizado. Não gosta que o associem
com nada que esteja sujeito ao ridículo.
Porque Paulo veemente insistia nessa exortação tão expressiva? o apóstolo introduz a sua declaração:
I – Não me envergonho do evangelho
de Cristo.
V16.a
"E assim, quanto
está em mim, estou pronto para
também vos anunciar o evangelho, a vós que
estais em Roma. Porque não me envergonho do evangelho
de Cristo" (vv 15;16) .
a.
vale apena entender o tipo de expressão, a figura de linguagem, que ele emprega aqui -
"...não me envergonho do..." - é conhecida como litotes, e litotes significa "uma
afirmação feita na forma da
negação de uma afirmação contrária". Ou seja, Em vez de dizer que "se
orgulha" do evangelho, o apóstolo diz que "não se envergonha" dele.
E dizer que não se envergonha do evangelho é outro modo de dizer que realmente se gloria nele, e tem orgulho dele. Escrevendo aos
galatas, ele diz: "Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de
nosso Senhor Jesus Cristo"
(6:14). Ele se gloriava na cruz. Ele se gloriava na pregação da cruz. Mas na passagem
que estamos estudando ele prefere dizer - "não me envergonho dela". Assim ele está realmente dizendo aos
crentes romanos que de fato está pronto
para pregar o evangelho em Roma; está pronto para pregá-lo em todo e qualquer lugar, e sem se
envergonhar.
b. Em parte ele o faz não somente para registrar uma declaração sobre si mesmo, mas
também para ajudar as pessoas que eram
membros da igreja em Roma. Havia pessoas que,
embora cristãs, de algum modo se envergonhavam
do evangelho. Parece-me bastante claro que até um homem como Timóteo tinha um pouco de culpa nisso. A ponto de Paulo
dizer "Não te envergonhes do
testemunho de nosso Senhor", lhe escreve Paulo, "nem de mim, que sou prisioneiro seu" (2 Timóteo 1:8). E a coisa mais grandiosa que mais tarde ele pôde
dizer acerca de Onesíforo - e é um
tremendo elogio - foi que quando Paulo estava em Roma, ele "me
procurou solicitamente até me encontrar",
e "muitas vezes me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas" (2 Timóteo 1:16,). Muitos se envergonhavam. Sabiam que Paulo estava lá, mas
fingiam que não sabiam. Não queriam
associar-se com ele; tinham vergonha
do evangelho. E, sem dúvida alguma, mesmo em Roma havia os que eram dados a isso. Porém, entretanto, devemos lembrar
que nem todos eram assim pois ele elogia a igreja de Roma no verso 8 pela sua
fé. Assim, parece-me que o apóstolo
se expressa dessa maneira peculiar
com a finalidade de ajudá-los, e a fim de fortalecê-los e também de libertá-los deste espírito de temor. 2 Tm 1:7: "Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza,
e de amor, e de moderação" -
isto é, de disciplina. Portanto Paulo está dizendo a Timóteo que se levante, que desperte o dom que
está nele e que lhe fora dado pela
imposição das mãos do presbitério. Eu
entendo, que o apóstolo esteja empregando essa forma particular de expressão para mostrar como os crentes poderiam vencer essa tentação específica, “vergonha do evangelho.”
c. Parece
até um contraste a definição do “evangelho” com a mensagem que ele contém. O evangelho proclama:
§ Alguém que nasceu na mais abjeta pobreza, nasceu
num estábulo; não havia quarto na
hospedaria! L c 2:7
§ Criado numa pequena aldeia, treinado como carpinteiro!
§ foi tomado pelo maior desamparo
§ Cravado num madeiro, crucificado em aparente fraqueza! Tendo sido julgado
§ Foi alvo de grandes zombarias,
§ Aquele que foi feito exaltadas reivindicações
quanto a Si próprio,.,
morre enquanto a turba zomba dele e O ridiculariza, dizendo: "Aos outros salvou, salve-se a si
mesmo, se este é o Cristo, o
escolhido de Deus" (Lucas 23:35).
E, naturalmente, o mundo escarnece
disso e o ridiculariza em seu coração,
d. Pois o evangelho não seria “boas
novas” se não descrevesse tais características de Jesus. É Esse que pregamos. É
Esse que expomos ao mundo, É esse que nós proclamamos.
Mas também é esse que nós
asseveramos, mesmo com tais carcterísticas, que essa mesma
Pessoa, é o Salvador do mundo, e o Filho de Deus. Para os judeus essa proclamação era um escândalo, uma pedra de tropeço, e
para os gregos, loucura. Assim é que o próprio caráter da mensagem tende a
causar esse ridículo, e, como digo, o homem, por natureza, não gosta de ser ridicularizado, pelo que se envegonha
deste evangelho. Essa é a tentação. “envergonhar-se do evangelho”
e. Na época de Paulo tentação da vergonha do evangelho era
grande principalmente pelo fato do, apóstolo Paulo ser homem dotado de vigoroso
intelecto. Era um homem capaz, e não
era coisa nem fácil nem simples para
um homem como esse, dotado como era, suportar o ridículo, esse sarcasmo, essa
zombaria, esse escárnio que sofre o evangelho. Vocês poderão ver a sua principal exposição destas
questões nos três primeiros capítulos
da Primeira Epístola aos Coríntios, e não há a menor dúvida de que ele sentia agudamente o problema. Ali estava ele, com todo o seu preparo, com os
seus antecedentes e com a sua
capacidade, simplesmente pregando - e de um modo como qualquer pessoa poderia pregar, no que se refere ao assunto - e quando ele falava sabia o que os seus
ouvintes estavam dizendo, e os via
olharem uns para os outros enquanto lhes
falava. Por isso ele afirma deliberadamente que se fez louco por amor de Cristo, e diz mais: "...se
alguém dentre vós se tem por sábio
neste mundo, faça-se louco para ser sábio". Noutras palavras, ele diz: vocês se interessam pela
sabedoria e nos consideram loucos,
mas eu lhes digo: se vocês realmente querem ser sábios, seria melhor que se tornassem loucos juntamente conosco, e então vocês teriam a sabedoria de Deus.
f.
o evangelho diz aos homens que não importa quão capaz um homem seja, se não for alcançado pelo
mesmo jamais será um cristão. Ele coloca o homem capaz exatamente no mesmo nível daqueles a quem falta
intelecto. Ele reduz todos a um nível comum, como já vimos. Deliberadamente afirma que o orgulho intelectual é
o último reduto que há de cair
quando o Espírito Santo estiver agindo numa
alma, ou seja, o evangelho não se gloria no intelecto. Não se gloria no esforço e na luta moral. Ele lhe diz logo no
princípio que você pode fazer tudo
que quiser, e de nada lhe valerá; que a sua justiça será como "trapo da
imundícia", que todas as suas obras maravilhosas serão
"esterco" e "refugo" - sem nenhuma utilidade para você! Ora, o mundo odeia essa verdade, e o apóstolo sabia disso. Ele teve que suportar muito
sarcasmo e muita zombaria do mundo, e com isso vinha a tentação para envergonhar-se
do evangelho, sabedor que Paulo era da mentalidade
dos gregos e dos judeus, e de outros que ouviam este evangelho. Vocês vêem quão facilmente a tentação podia entrar, e ela veio desse modo a Timóteo. E então,
quando se acrescenta que eles tinham
que sofrer por este evangelho, não somente
sofrer o ridículo, mas sofrer fisicamente, etc., vocês podem ver muito bem como essa tentação costumava
surgir.
g. Estas considerações, ao que me
parece, constituem uma prova
muito importante quanto ao que o verdadeiro evangelho é. “a verdadeira bênção de
deus para o homem. Porém
para ser uma bênção o evangelho de Jesus Cristo tem que
apresentar os seguintes efeitos:
·
A
bênção do evangelho é o homem saber que, mesmo estando
condenado, e
tão perdido e desesperado há para ele
uma esperança certa de alívio,
·
Se Jesus Cristo, não tivesse morrido por
mim, eu jamais conheceria a Deus, e jamais poderia
ser perdoado.
·
O evangelho é, ele próprio, algo que produz a reação de ofensa nas pessoas., provocando um antagonismo.
II – PORQUE É O PODER DE DEUS PARA A SALVAÇÃO v 16b.
1) Paulo afirma que o Evangelho é o
poder de Deus para a salvação ( Hb. 7:25), de todos os que crê e se achegam a
Jesus. As filosofias, religiões e culturas humanas não podem conseguir a
salvação da alma. Mas o Evangelho de Cristo salva a «todo aquele que crê», e
Paulo se regozija nisso.
2) Não devemos ter vergonha do
Evangelho! Porque é no Evangelho se revela a justiça de Deus; pela morte de
Cristo, Deus pode justificar ao pecador arrependido, e esta justificação lhe
vem pela fé e de modo algum pelas obras (3:28; 4:5). Assim o Evangelho
harmoniza com o Velho Testamento, que declara que o justo viverá pela fé»
(Hab. 2:4).
3) "Não me envergonho do evangelho de Cristo", diz ele, porque
é o evangelho de Deus, e porque é o poder
de Deus - é a dinâmica de Deus; porque é a salvação em seu pleno conteúdo. É justiça
proveniente do próprio Deus. Como descreveremos as bênção do evangelho:
·
Ensina-nos a salvação que nos livra do pecado
É uma libertação completa. Não somos
somente absolvidos da
culpa do pecado; não seremos somente feitos completamente imunes a todas as investidas e
insinuações do diabo e dos seus poderes; mas virá o dia em que todos e cada um de nós seremos
"irrepreensíveis e inculpáveis" "sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante". Como o expressa Judas, seremos apresentados
"irrepreensíveis" - essa é â palavra! -"irrepreensíveis, com alegria,
perante a sua glória" (perante a glória de Deus).
·
O evangelho nos reconcilia
completamente com Deus.
É trágico verificar quantas vezes isso é
esquecido ou não é dito. Parece que alguns apresentam a salvação como se simplesmente significasse perdão. Mas o perdão é
apenas o começo. Pois bem, este segundo fato é mais maravilhoso ainda, e mais glorioso. Antes da Queda o homem estava em
comunhão com Deus e gozava
o Seu companheirismo; pela Queda e pelo pecado ele perdeu essa bênção. E não seremos
salvos - o homem não será restaurado - enquanto não for restabelecida a comunhão e não tivermos recuperado o companheirismo
com Deus. Isso faz parte essencial da salvação, e está incluído neste grande vocábulo, no sentido em que é empregado por
Paulo. Constantemente o veremos exposto abertamente por ele; ele se gloriava nessa palavra.
·
O evangelho reestabelece em nós a
esperança da glória.
Quando o homem caiu em pecado,
ficou sob a ira de Deus, e a ira de Deus envia o culpado à destruição. portanto,
quando cremos no evangelho aceitamos a palavra de Deus em nosso coração e somoslibertos da destruição
e da ira vindoura. Quando João
Batista pregava, a mensagem era
- arrependei-vos! Ele chamava as pessoas para o batismo de
arrependimento para a remissão dos pecados "Salvai-vos desta geração perversa, fugi da ira
vindoura!" O nosso Senhor repete
exatamente as mesmas palavras. Não é mensagem popular hoje em dia, porém faz parte essencial
desta salvação. O evangelho apresenta-nos a possibilidade de passarmos a eternidade na presença de Deus, em toda a Sua glória! Isso faz parte essencial da salvação, e,
se não o incluirmos, não estaremos
fazendo uma exposição completa, não estaremos
dando uma definição completa deste empreendimento estupendo.
Conclusão.
Concluímos que só há uma maneira do homem ser
verdadeiramente abençoado, é quando se dobra ao evangelho de Cristo. Por isso
não nos envergonhemos do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.. a
bênção está exatamente no fato de depois do evangelho entrar em nossa vida, os
antecedentes não importam, o passado não conta, tudo isso será apagado por esse
poder, e o homem não somente será perdoado, como se tornará uma nova criatura,
com o poder de Deus dentre dele e com uma natureza santificada nele. E assim
ele iniciará a regeneração que o levará a a glorificação final e ao regozijo
que terá na santidade, na presença d e Deus.
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